Ele faz graça desde criança

Foi na infância que Marco Luque, apresentador do 'CQC', descobriu talento para fazer os outros rirem

Durante a entrevista, no escritório que ele mantém em São Paulo: sorriso aberto

No escritório de Marco Luque, na Zona Sul de São Paulo, material de trabalho e duas estatuetas do Troféu Imprensa dividem espaço com sapos de pelúcia e bonequinhos. É uma boa representação do humorista: com 38 anos e responsabilidades de adulto, Luque ainda mantém a alegria de uma criança.

Foi na infância, aliás, que ele descobriu o talento para fazer os outros rirem. “Na terceira série, a professora terminava a aula dez minutos antes e me colocava na frente da sala. Eu imitava Jerry Lewis, Zé Bonitinho, já fazia uma espécie de stand up”, conta, aos risos.

Por pouco, porém, o humor não o perdeu para o futebol: aos 19, Luque chegou a se mudar para Badajoz, onde disputou a segunda divisão do campeonato espanhol. “Fiquei animadão, imagina, ir para o exterior para jogar futebol? Na época, o Ronaldo Fenômeno estava em alta e todo mundo tinha a expectativa de ganhar dinheiro jogando bola para ajeitar a situação da família.”

A jornada durou pouco. Sozinho e sem amigos – “ninguém na Espanha se aproximava, porque eu estava ‘roubando’ a vaga de alguém” –, deixou o esporte e voltou ao destino traçado na infância. “Eu sempre tive um lado artístico forte, o futebol é que atravessou minha vida.”

De volta ao Brasil, trocar os gramados pelos palcos foi uma evolução natural. Surpreendentemente, Marco passou pelo drama antes de cair no humor. “Achei que seria importante desenvolver a técnica. Mas eu sempre pendi pra comédia, então às vezes eu fazia uma cena dramática e o pessoal ria”, protesta.

Um amor de família
Desde o dia 22, Luque tem mais um motivo para ser feliz: sua mulher Flávia deu à luz Mel, segunda filha do casal, que também tem Isadora, de 2 anos. “Acho que ser pai me deixou mais engraçado na comédia e mais maduro na vida.”

Um dos momentos que mais o forçaram a amadurecer foi justamente o nascimento prematuro de Isadora. “Nós tivemos muito medo de que acontecesse algo, foi bastante tenso, mas aprendi bastante.”

Aprendeu, inclusive, a esquecer os problemas da vida na hora de subir ao palco. “Tem dias em que você não está bem, mas as pessoas estão pagando para rir. Então, você foca no trabalho, gira a ‘chave’ que desliga as preocupações e entra em cena. Ali, a própria energia da plateia se encarrega de elevá-lo.”

O comediante se revela um “paizão”, do tipo que leva à escola e se envolve em todos os aspectos. “Eu brinco, troco fralda, acordo com qualquer barulho que elas fazem”, relata Luque, que, mesmo sem jogar bola como o Fenômeno, conseguiu ajeitar a situação da família, exatamente como sonhou quando era jovem. É ou não é um bom motivo para sorrir?

Risos do bem
Nesta terça, às 21h, no Teatro Procópio Ferreira, Marco Luque trabalhará um lado menos divulgado de sua personalidade brincalhona: o solidário. Junto com os colegas de bancada do “CQC”, Marcelo Tas e Oscar Filho, do apresentador Serginho Groisman e dos comediantes Marcelo Marrom e Marlei Cevada, ele apresenta a quarta edição do “1 Banquinho Para 3”, espetáculo beneficente que tem toda a sua renda revertida para a Casa do Zezinho, ONG que ajuda crianças e jovens em situação de baixa renda a superarem as limitações impostas pelo meio em que vivem. “A instituição faz um trabalho incrível e eles precisam de toda a ajuda que conseguirem. Um dia eu fui visitá-la e os meninos estavam jogando pingue-pongue numa mesa de cozinha. Não resisti. Três dias depois, mandei uma mesa oficial para eles”, conta ele, que mostra ainda uma consciência política pouco explorada no “CQC”. “Eu fico triste de ver que preciso me movimentar para fazer algo que deveria ser obrigação do governo. São Paulo, por exemplo, é a cidade mais rica da América do Sul, como não resolveu seus problemas? Como pode ter gente passando fome, que não é atendida em hospital, pronto-socorro?”, desabafa. O próprio Luque reconhece que gostaria de mostrar um pouco mais desse lado no programa da Band: “Mas a equipe lá é como um time de futebol, cada um tem o seu papel a cumprir. E o meu é o do cara avoado, o que também tem tudo a ver comigo”.

Fonte: Bom Dia

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