Crimes virtuais exigem nova postura das vítimas



Marcelo Tas e a advogada Patricia Peck dão dicas para se proteger de ataques na internet




Hoje o Brasil conta com cerca de 80 milhões de pessoas com acesso à internet. Diante da presença maciça de internautas no país, questões relacionadas ao furto de dados financeiros, bancários e até íntimos vêm ocorrendo com mais frequência.

Diante do crescente problema dos perigos relacionados à exposição pessoal na internet, o Canal Livre recebeu a advogada Patricia Peck e o jornalista Marcelo Tas para debater as causas dos crimes cibernéticos e algumas formas de prevenção.

O que fazer após uma invasão?

De acordo com a advogada Patricia Peck, a vítima de crimes virtuais deve adotar uma postura diferente daquela tomada em casos mais tradicionais como um assalto na rua. A falta de uma legislação adequada ao assunto também foi debatida ao longo da entrevista.

“Deve agir rápido e às vezes a vítima não sabe o que fazer. Ela não sabe levar o caso para delegacia e juntar uma prova inicial. Se alguém pegar uma informação sua no computador, a vítima demora para refletir que ela deveria acionar a Polícia Especializada de Crimes Eletrônicos e separar o equipamento para fazer uma perícia”, disse Peck.

Legislação adequada

Segundo Marcelo Tas, a criação de leis para enquadrar casos de furto virtual é uma realidade difícil de ser vivida. Para o jornalista, a velocidade com que a internet se modifica pode tornar impossível coletar todas as informações necessárias para incriminar um suspeito.

“A internet é uma ferramenta e quem a usa para roubar é bandido. Se falarmos que temos que fazer uma nova legislação nós estamos estimulando os bandidos”, disse. “Este novo projeto de lei não define quem deverá ser punido. É uma burocratização que tem um elemento de controle perigoso”.

Intimidade virtual

Lembrando o caso da atriz Carolina Dieckmann, que se envolveu em uma polêmica após fotos nuas terem sido divulgadas na internet, Marcelo Tas destacou o tamanho do risco desde o início desta atividade.

“A partir do momento que você começa a fazer fotos suas íntimas, o risco já é muito alto. Quando você expõe sua vida você expõe seus filhos e sua casa. Depois você vai reclamar lá na frente que não tem privacidade”, criticou.

Cuidados adicionais


De acordo com a advogada Patricia Peck, é fundamental que o internauta esteja ciente de que tudo o que ela fizer na rede está registrado, logo é importante pensar duas vezes antes de se fazer ou publicar algo.

“Você deve proteger suas informações. A geração dos anos 80 já nasce publicando tudo o que pensa. Quem nasceu antes desta época já pensa melhor antes de escrever, e é este tipo de dica que muitos não lembram”, disse.

Bullying

Diante da questão do bullyng praticado pela internet, Peck destacou a importância do diálogo na solução deste tipo de problema. Entretanto, caso esta medida não seja suficiente para encerrar a discussão, os pais deverão ser acionados para realizar uma denúncia através do próprio serviço das redes sociais.

“Hoje você pode denunciar uma foto ou um comentário. As próprias ferramentas já trouxeram como se fosse uma auto-regulamentação. Não é uma lei, não há Poder Judiciário, é na esfera da própria ferramenta. Caso não resolva, é necessária uma ação onde um juiz diga que aquela determinada pessoa não pode mais fazer aquilo ou expor aquele conteúdo”, encerrou.

Fonte: Band

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