A faceta erudita de Rafael Cortez
"Sempre fui um cara mais erudito. Na verdade, para quem já me conhecia, surpresa maior foi descobrir que eu podia fazer humor e me dedicar à cultura popular. As pessoas sempre pensaram que eu seguiria uma carreira marginal e independente na música clássica", afirmou Rafael, em entrevista ao C2.
Ele diz que orientou sua vida para ser um homem do palco, embora não soubesse, no início, se seria ator, músico ou dançarino. Televisão, por outro lado, não estava nos planos. Pelo menos até fazer teste para o "CQC" e ser selecionado.
Em 2005, Rafael havia lançado um CD demo, feito de forma mambembe, com apenas 200 cópias. O projeto mais ousado, que resultou em "Elegia da Alma", ele preferiu adiar, até que fosse uma figura popular o bastante para ter maior alcance de público.
Popularidade
O CD saiu com grande tiragem (mais de cinco mil exemplares), mas a popularidade não lhe garantiu sucesso de vendas. "Eu acreditei que o público do CQC compraria imediatamente, mas ele não consome qualquer coisa que a gente faça, a não ser que seja engraçado. Se soubesse disso, teria feito umas duas mil cópias, apenas."
Além disso, Rafael reconhece que a música instrumental no Brasil não é favorecida. "Como a música instrumental pode fazer sucesso num cenário onde há todo um plano de mídia em cima de bandas pré-fabricadas, vendidas como se fossem refrigerantes?"
Sem a chancela de uma gravadora, ele lançou seu trabalho de forma totalmente independente, com dinheiro do próprio bolso, para não ter de fazer concessões ou adaptações. Por ser uma figura pública, Rafael também preferiu não recorrer a leis de incentivo à cultura. "Diriam que tenho mais sorte, e acho justo que o acesso a esses recursos públicos sejam mais democráticos e beneficiem artistas anônimos."
Confira:
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