O gaúcho Rafael Bastos Hocsman, 34 anos, pousa em Belém no próximo final de semana para destilar suas piadas e ironias no show de stand up comedy intitulado “Péssima Influência”. Mais conhecido como Rafinha Bastos, o humorista é apresentador de um dos programas mais bem-sucedidos da televisão brasileira, o “CQC” (Band), onde, ao lado de Marcelo Tas e Marco Luque, provoca e faz rir todas as segundas-feiras à noite.

Polêmico e sem papas na língua, ele apresenta neste domingo, 31, duas sessões no Hangar – às 19h e 21h – do espetáculo “Péssima Influência”, onde estará mais ácido do que o normal, não dando trégua nem para as suas raízes, a gaudéria e a judia.

“O objetivo do meu texto não é ofender, e sim arrancar risadas com textos e temas não muito convencionais para um espetáculo de humor”, explica Rafinha, no texto de divulgação.

Em 2004 Rafinha começou a se apresentar em palcos paulistanos no estilo stand up comedy. Tendência atual, o humor de “cara limpa” é uma linha de comédia que a cada dia vem ganhando mais adeptos e tem Rafinha como um dos pioneiros. Ele criou o primeiro espetáculo solo do gênero, “A Arte do Insulto”, uma reunião de textos autorais testados em dois anos de Clube da Comédia Stand-up.

Tido como fenômeno midiático por alguns e um comediante que gosta de polemizar sem arrancar muitas risadas por outros, fato é que Rafinha Bastos, jornalista de formação, faz muito sucesso tanto nos programas de TV – ele ainda é um dos criadores e repórteres do programa jornalístico “A Liga” – quanto nas apresentações stand up comedy.

Desde que chegou às lojas em DVD, “A Arte do Insulto” tem tido boas vendas. Seus vídeos disponibilizados no You Tube com trechos de apresentações já somam mais de 70 milhões de acessos.

Mas a carreira de Rafinha é repleta de contradições. Em eleição realizada pelo jornal New York Times em março deste ano, ele foi escolhido a personalidade mais influente do microblog Twitter, superando nomes como Lady Gaga, Ashton Kutcher e Barack Obama. Este mês, o Ministério Público de São Paulo pediu a abertura de um inquérito contra o humorista por suposta prática de incitação ao crime e de apologia ao estupro, por conta de uma piada que ele fez durante o seu espetáculo de stand-up: “Toda mulher que eu vejo na rua reclamando que foi estuprada é feia pra c… Tá reclamando do quê? Deveria dar graças a Deus. O homem que cometeu o ato merecia um abraço, e não cadeia”.

Na ocasião, ele afirmou somente que “se os comediantes tiverem que responder por toda piada que fazem, não vão ter tempo pra mais nada na vida. Nem pra fazer comédia”.

(Diário do Pará)